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INTERCÂMBIO NA ALEMANHA: RELATO, DICAS E PERCEPÇÕES

Meu nome é Felipe, tenho 21 anos e estudo Engenharia Mecânica. Durante o ano passado, em pleno lockdown, morei na cidade de Furtwangen, ao sul da Alemanha, no estado de Baden-Württemberg. Abaixo darei detalhes sobre como foi minha experiência e, posteriormente, dicas para conseguir estudar fora.


RELATO PESSOAL

Quando você pensa em intercâmbio, o que vem à sua mente? Bom, tenho certeza que uma pandemia não está no meio dessas coisas, certo?!

Infelizmente essa situação aconteceu comigo e meus amigos. No dia 28 de fevereiro de 2020 foi o começo de tudo: eu e mais três colegas pegando o voo Guarulhos - Frankfurt. É engraçado lembrar das duas primeiras semanas, nas quais tivemos aulas intensivas da língua alemã em caráter presencial, ninguém esperava que seriam praticamente as únicas. Em uma pequena sala de faculdade, havia brasileiros, alemães, taiwaneses, chineses, coreanos, indianos, cazaquistaneses, mexicanos, entre outros.

Após o choque inicial da pandemia, veio o começo de lockdown e, consequentemente, muitos amigos intercambistas optaram por voltar para seus países.

“Mas que azar!” É o que muitos devem estar pensando... porém gostaria de ressaltar que: meu intercâmbio foi sensacional e vou lhes explicar o motivo.

Apesar do pouco contato com colegas de turma e atividades de integração, tais como excursões e festivais culturais, canceladas, pude conhecer e ficar muito mais próximo dos intercambistas remanescentes. Morávamos em uma cidade muito pequena, com cerca de 10 mil habitantes e, por isso, existia uma facilidade enorme de ir na casa uns dos outros. Eram horas assistindo aulas online e praticando nosso alemão, sempre em meio a uma troca cultural imensa.

Enfrentamos o ano de 2020 como uma família! Esse sentimento foi incrível. Quanto às aulas, felizmente, o país conseguiu se adaptar de maneira rápida ao modelo remoto e pude fazer matérias bem interessantes como: Finite Elements Method (FEM), Agile Project Management, Microtechnology, entre outras.

Após 1 ano morando na Alemanha, em 19 de fevereiro de 2021, foi a minha hora de voltar pra casa. O retorno foi cheio de incertezas com relação a testes de corona, voos alterados e embarques não permitidos. Por sorte, ocorreu tudo certo e nenhum desses problemas aconteceu. Cheguei ao Brasil no dia 20 e, desde então, sigo me readaptando à vida por aqui.



PROCESSO SELETIVO

Bom, mas agora vamos ao que interessa: como conseguir um intercâmbio. Se você, estudante de graduação, tem o desejo de complementar seu currículo com uma atividade como o intercâmbio, fique feliz, pois existem várias maneiras de conseguir um! (Acompanhe o blog, pois haverá um post exclusivamente sobre isso em breve).

No meu caso, a oportunidade apareceu através de um edital da própria faculdade em que estudo no Brasil, no qual dispunha de várias opções de países diferentes e a possui um fase de seleção baseada apenas no histórico escolar do aluno. Candidatei-me para a Alemanha por ter uma engenharia vista como referência mundial e, apesar de não falar alemão, conseguia me comunicar apenas com o inglês na maioria dos lugares.

DICA 1: Antes de escolher um lugar fora para estudar, busque saber mais a respeito da estrutura daquela faculdade para a recepção de intercambistas (aconselho a entrar em contato com o departamento responsável por isso, a fim de conseguir mais informações) e, também, a hospitalidade da população local. Ambos fazem bastante diferença!

DICA 2: O nível de concorrência para uma vaga de intercâmbio é proporcional ao nível da bolsa ofertada. Caso você tenha condições financeiras suficientes para se manter no país escolhido, procure por vagas que tenham menos auxílio material, pois provavelmente a concorrência também será menor.

DICA 3: É possível conseguir um intercâmbio falando diretamente com a faculdade desejada, porém saiba que, nesse caso, você não terá um órgão brasileiro te auxiliando com a documentação e os processos burocráticos (como a emissão de visto, por exemplo).



EXPECTATIVA X REALIDADE

Por fim, algumas de minhas expectativas com relação ao intercâmbio e minha percepção final sobre cada uma delas.

1. Alemães são frios e nada receptivos.

Isso é um mito. Baseado no meu ciclo de conhecidos, os alemães se mostraram bastante comunicativos e muito abertos à troca cultural. Porém vale ressaltar que, na época de inverno rigoroso, principalmente na região sul, eles realmente se mantêm mais em suas casas, focados apenas na própria família.


2. Brasileiros são estereotipados ao redor do mundo.

Isso é verdade. Durante minha estadia na Europa, enquanto a pandemia estava mais controlada, pude conhecer alguns países e, em todos eles, o estereótipo brasileiro era o mesmo: carnaval, futebol e caipirinha. Para algumas pessoas isso pode soar como algo negativo, então vá preparado e esteja aberto a mostrar nossa verdadeira cultura.


3. Intercambistas dificilmente se entrosam.

Isso foi uma percepção que eu tinha na minha cabeça e foi totalmente excluída logo nas primeiras horas. Se isso for um fator que te bloqueia de tentar um intercâmbio, sugiro que saia da zona de conforto. Vale muito a pena!


Espero que tenha gostado do conteúdo! Em caso de dúvidas a respeito do intercâmbio, entre em contato e não deixe de continuar acompanhando o blog.

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